sábado, 10 de junho de 2017

PRESIDENTE MARCELO: OS COMBATENTES SÃO HERÓIS CONTEMPORÂNEOS


DISCURSO DO NOSSO MÉDICO TEN MIL. Dr. JOÃO ALVES PIMENTA NO NOSSO 1º ENCONTRO APÓS O REGRESSO QUE É EXEMPLAR ACERCA DO TEMA DO COMBATENTE AQUI TRATADO

Hoje, 10 de Junho de 2017, dia de Camões e das Comunidades um Presidente da República, finalmente, teve a coragem de claramente e em público repor uma verdade histórica acerca dos Combatentes nas antigas colónias portuguesas de África.
O presidente Marcelo, justiça lhe seja feita, colocou um ponto final na qusetão que até hoje, e desde o 25 Abril de 1974, tem sido um ponto de discussão entre os que foram contra a guerra e preferiram o exílio e os combatentes que suportaram os perigos e horrores da guerra. Marcelo afirmou sem a mínima hesitação e subterfúgio, junto dos próprios, que os antigos Combatentes "são heróis, são heróis contemporâneos".
É bem verdade que os exilados do não à guerra, logo após o 25A, dominaram o meio político e cultural e impuseram a ideia dominante do herói que tinha tido a coragem de se opor à guerra em contraponto ao combatente pouco corajoso que se submeteu a participar na guerra injusta, colonial.
Durante muitos anos esta ideia dominante originou nos Soldados Combatentes, humildes aldeões que combateram tão lealmente na guerra por Portugal como estavam habituados a combater e lutar pelo sustento diário desbravando a terra de pedras na sua Aldeia natal, um sentimento de culpa e grande retraimento em falar da sua participação na guerra. Ainda hoje, as elites culturais, se queixam da falta de depoimentos falados e escritos dos que participaram e viveram no interior da guerra sem perceberem que foram eles próprios os primeiros a contribuir para que tal se desse.
E tanto mais que levaram a discussão de quem esteve do lado certo e heróico ou quem esteve do lado contrário ao ponto de tal facto ser aferido por quem se diz que esteve na "guerra colonial" ou se diz que esteve na "guerra do ultramar". Ainda recentemente Pacheco Pereira dizia, num artigo de opinião em imprensa de referência, acerca dos ditos Combatentes na "guerra colonial":
"fizeram-na e precisam, pela sua dignidade e identidade, que o seu esforço e risco não seja minimizado ou apoucado".
Como se vê a elite intelectual ainda hoje pensa paternalmente e trata o combatente como o coitado cujo esforço e risco não deve ser minimizado ou apoucado por necessidade de sua dignidade e identidade. Repare-se, Pacheco diz que ao combatente não se deve apoucá-lo pela sua dignidade e identidade. Pacheco apercebeu-se de que a ideia dominante de atribuir culpa ao soldado aldeão rústico iletrado combatente lhe retirou dignidade e identidade.
Ora sem a dignidade e identidade que lhes retiraram como queriam agora que os combatentes tivessem deixado documentos e testemunhos directos dos acontecimentos?

Contudo o que, o Presidente Marcelo fez hoje verdadeiramente, foi repor uma realidade que era já do domínio da opinião e consciência comum dos portugueses.
O heroísmo dos exilados estava à partida condenado historicamente. Por mais dominante que a elite cultural fosse e tentasse impor a sua versão de quem esteve do lado certo e errado na questão da guerra havia, do lado dos combatentes, um facto imparável para o reconhecimento histórico final da Pátria; o iniludível valor da dívida de sangue.

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