sexta-feira, 20 de julho de 2012

DESEMBARQUE, LUANDA


No dia 07Julho1961 pelas 10,15 Horas o Paquete "Príncipe Perfeito" atracava no porto de Luanda. Transportava o grosso das tropas do Esquadrão 149.
O Paquete "Vera Cruz" que transportava os Sargentos e Alferes chegou no mesmo dia de madrugada a Luanda e atracou ao nascer do sol no mesmo porto de Luanda.
O "Príncipe Perfeito" que abalara um dia antes de Lisboa, fez escala numa das antigas Ilhas Portuguesas do Atlântico por isso chegou a Luanda umas horas depois do "Vera Cruz" que fez directa a viagem Lisboa-Luanda.
Ambos os Paquetes, transporte de tropas onde vinha pessoal do Esq. 149, foram escoltados por navios de guerra da Armada Portuguesa durante cerca de dois dias na zona do Golfo de África.
Para além do problema com os cheiros de tinta fresca no "Príncipe Perfeito" e da deficiente ventilação dos porões da proa, onde vinham instalados muitos militares, e não obstante quase todos tenham passado pelo natural enjoo de mar, as viagens correram sem problema de maior e o pessoal desembarcou em boa forma física e moral pronto a enfrentar a guerra real e dura das balas que assobiam no ar e metem medo.


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Quisemos desembarcar no porto de Luanda
vestidos como Índios dos filmes do Far-West
para enigma de espiões e do Quibanda
que, ao verem Tropa com aquela veste
de peles, penas, plumas, arco e flecha,
correriam à mata a informar, na mexa,
os generais, o comissário e o que manda,
o chefe astuto.
E juntos concluirem que chegara do Puto
naquela data,
uma tropa especial, de guerreiro aspecto
e, avisarem os seus, em quimbundo dialecto;
«saibam que bala de branco não mata
mas flecha mata preto».

José Neves em "Esquadrão 149 - A Guerra e os Dias"

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