IGUALMENTE VAMOS RECORDAR E CELEBRAR AQUELES QUE DERAM AS SUAS VIDAS EM CONTRIBUTO DAS NOSSAS. TÃO GRANDE DÁDIVA MERECE QUE DELES NÃO NOS ESQUEÇAMOS, MAS SIM, OS HOMENAGIEMOS.
VAMOS, ENQUANTO PUDERMOS, CUMPRIR ESTE DEVER DE SOLIDARIEDADE E CAMARADAGEM DE GUERRA.
PORQUE...
Obrigados prá guerra longe, metemos nossa vida nas malas
Depois, combatentes, demos corpo e vida às balas.
Batemo-nos por causa perdida e fomos heróicos sem medo
Ou dignos Soldados, sendo temerosos em segredo
Chorámos grossas lágrimas secas, para ocultá-las
Sempre de morte ao lado e vida suspensa na ponta do dedo.
Na Aldeia deixámos a bela juventude, doces amizades,
A paz, a festa, os amores, os choros, as saudades.
De repente perdemos futuro, esperança, os ofícios.
Em troca exigiram-nos suor sangue, lutos e sacrifícios.
Submetidos, não discutimos o justo o bem ou maldades.
Puros sem ideais modelo, honrámos os valores patrícios.
Dignos são de honra e memória nomeada, que inscrita
Em pedra diga aos vindouros que aqui houve e habita
Valorosa gente antiga e filhos há e haverá, pertence
Deste generoso chão amado, Mãe-Terra Portucalense.
Pois tributo merece o que foi além do que o dever dita
E justo o gesto ao que depois de morto, a morte vence.
Jose Neves
pseudónimo de Fur. Mil. do Esq. Cav. 149 / Angola 1961 - 1963
Gorjões, 07.09.2017

