segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

DSESONESTIDADES HISTÓRICAS II (CONT.)

BATALHAS DA HISTÓRIA DE PORTUGAL, MAL CONTADAS. (Cont.)
A CARTA (Cont.) E ADENDA

No arquivo da Região Militar de Angola certamente também estão os textos relativos às outras Unidades com a missão de tomar e ocupar Nambuangongo. Sem o seu enormre contributo de esforço a missão teria falhado e o Vosso livro contaria outra história, de outra operação, de outros heróis. Talvez:
- o brilho solar da boina dos Páras que o Maçanita impediu com ameaças tesas caso fossem lançados sobre Nambuangongo para colher os louros por sobre dezenas de mortos e feridos entre bravos que combatiam extenuados nas picadas.
- o brilho da brilhante visão militar e coragem do Cap. Rui Abrantes que em recurso e necessidade avançaria com o pelotão blindado dos Dragões e apoios, e atingiria o objectivo Nambuangongo rápidamente como posteriormente se constatou ser fácil.
- outra imaginária história qualquer pois que a tomada de Nambuangongo era o objectivo militar que correspondia ao objectivo político do regime e como tal haveria sempre uma solução de força.

Os factos acima relatados sei-os não de leitura mas de observá-los, vivê-los e senti-los. São uma realidade inapagável e de certeza encontram-se registados nos arquivos militares tal qual os mortos, feridos, evacuados, louvoures e condecorações do pessoal do Esq. Cav. 149. Mas se dúvidas existem pode-se:
- consultar o livro “História do E. Cav. 149 - Mais Faz Quem Quer do Que Quem Pode"” da autoria do Ten. Mil. Médico do Esq. João Alves Pimenta escrito durante as operações e editado ainda em Luanda em 1963.
- pedir junto da RTP o filme “A grande Arrancada” da autoria da equipa que nos acompanhou formada pelos jornalistas Neves da Costa e pelo operador Serras Fernandes.
- ler o livro “Esquadrão 149 – A guerra e os Dias” de José Neves que lhe envio e relata veridicamente os episódios e as operações relatadas por quem as viveu dia a dia.

Os meus cumprimentos
Adolfo Contreiras
Furriel Miliciano do Esq. Cav. nº 149


ADENDA DE HOJE
1. Rectificação
No "Anexo" para o qual o autor remete o relato minucioso da "Operação Viriato", constata-se que a operação, preparada e coordenada pelo Sector 3, sediado na fazenda Tentativa, Caxito, visava a progressão segundo dois eixos, um Caxito-Nambuangongo e outro Ponte do Dange-Muxaluando-Nambuangongo, respectivamente a cargo dos Bat. Cac. nº 114 e 96.
Só depois desta única referência é que o Bat.114 desaparece do relato "minucioso" da operação "Viriato" enquanto ao Esq. Cav.149 é-lhe dado "minuciosamente" um total desaparecimento dos factos em que fortemente andou empenhado com cerca de trezentos homens.

Nota: é insignificante a presente rectificação que não muda nem altera em nada o fundamento da crítica contida na carta sobre o essencial da leveza da interpretação histórica dos autores e responsáveis do livro.

2. Recomendação
Somos informados no livro em questão, que a tal descrição "minuciosa" dos factos é retirada da leitura, entre as pág. 20 e 33 do texto "Batalhão de Caçadores nº 96: história da unidade", publicado em 1963 pela Região Militar de Angola.
Recomenda-se vivamente que, em futuros trabalhos que se reclamam de fazer a História das Batalhas de Portugal, se consultem os documentos e relatos oficiais e, como ainda é possível neste caso, os testemunhos factuais ainda vivos, de todas as forças militares intervenientes, caso contrário não se faz História como Tucídides nos legou mas sim, o relato apologético de um herói preferido entre outros, com a finalidade de construir uma "Mitologia das Batalhas" e não da História das Batalhas da História de Portugal.

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