Antes de
mais o nosso agradecimento aos presentes
que se dignaram juntar-se a nós nesta cerimónia de homenagem ao nosso
herói comum aqui sepultado.
Aos
ex-combatentes de Marco de Canavezes terra natal do homenageado.
Aos
dirigentes da Associação do “Lanceiro” nossos amigos sempre prontos a colaborar
com o Esq. 149.
Aos
familiares do Aguiar que também quiseram associar-se a esta homenagem ao
sobrinho e primo herói da família.
E, claro,
aos camaradas do inesquecível Esq. 149 que preservam a memória do seu camarada
herói morto em combate.
E um
agradecimento muito especial e sentido aos Escoteiros que são os principais
responsáveis por este Memorial erigido para ser a digna última morada do nosso
camarada de armas Joaquim Ferraz de Aguiar.
Nós, os seus
camaradas do Esq. Cav. 149, logo após a sua morte, só pudemos no dia seguinte
dar-lhe uma morada no local do acampamento mas nem por isso deixámos de lhe dar
um funeral cristão e prestar-lhe as devidas honras militares.
Para os
militares vivos do Esq. a guerra continuou igual como antes e a luta pela
sobrevivência durante 28 meses e mais três baixas e muitos feridos,
inevitavelmente, fez esquecer o nosso único morto que não pudemos enviar para
Luanda.
Felizmente o
Aguiar, militar do inigualável Esq. 149 também era militante dos Escoteiros e
estes tiveram a grandeza de o retirar da cova de Quipedro e dar-lhe uma morada
condigna de um herói.
Faltava,
contudo, dar uma direcção, um endereço, uma referência familiar a essa nova
morada, completar a sua identidade.
Faltava
juntar de novo o Aguiar aos seus camaradas de armas.
E faltava
que os seus camaradas de armas e de guerra viessem aqui junto dele prestar a
devida homenagem ao herói que tombou em combate em sua defesa.
E logo que
soubemos da sua morada aqui quisemos fazer-lhe companhia e aqui estamos, e aqui
vamos ficar.
Com esta
placa-lápide restituímos ao nosso herói o seu endereço militar que, tal como é
para nós, também será para ele um orgulho voltar a pertencer á família deste
glorioso Esquadrão 149.
Com esta
homenagem à memória do Aguiar cumprimos um dever em falta e igualmente é também
para nós uma honra e orgulho enorme voltar a estarmos junto do nosso herói
morto.
Herói morto
que, uma vez aqui imortalizado na pedra deste monumento e no bronze desta placa,
vai continuar a conviver com os vindouros e nós estaremos, a partir de
agora, junto deles, escutando-os.
Lisboa, 31.08.2019